Evento de encerramento das atividades do ano de 2007

No dia 26 de novembro de 2007 a Associação promoveu um evento para assinalar o encerramento das atividades do ano, o qual teve lugar na Escola Estadual Professora Leopolda Barnewitz, que gentilmente cedeu o espaço. Estiveram presentes diretoras, supervisoras e alunos das escolas atendidas, acompanhados por familiares e amigos, além de integrantes da diretoria, voluntários e colaboradores da Associação. Na ocasião, ocorreu o lançamento do fanzine impresso das oficinas de criação literária, com leitura de alguns trechos pelos alunos-autores; também a oficina de francês para alunos de 5ª e 6ª série fez a apresentação de uma música preparada especialmente para o evento. Houve, ainda, a distribuição do informativo da Associação relativo ao ano de 2007.

Abaixo, o pronunciamento realizado pelo Presidente da Associação Cultural BJC, Gilmar Francisco Bossle:

"Senhora Diretora da Escola Leopolda
 Senhora Diretora da Escola Olintho
 Senhora Diretora da Escola Rio Grande do Sul
 Professores, Professoras, pais e responsáveis, alunos e alunas

 Amigos e Amigas,

Encontramo-nos hoje para finalizar nosso primeiro ano de efetivas realizações do nosso Projeto Saber com Sabor. Coincidentemente, justo no dia do aniversário desta escola, a quem parabenizamos na figura de sua direção.

Inicialmente, gostaríamos de agradecer às direções das escolas que acolheram nossa idéia e que muito colaboram para o sucesso do projeto.

Agradecemos especialmente à direção da Escola Leopolda, que nos abrigou desde o início das atividades, cedendo uma sala para nossas primeiras atividades, e agora cedendo o espaço para realizarmos esta confraternização.
Agradecemos também às professoras voluntárias – Profa. Elizabeth, Profa. Maria Helena, Profa. Ema, Profa. Lara, Profa. Fernanda e Profa. Heloísa -, que conduziram as oficinas desenvolvidas ao longo deste ano.
Agradecemos a participação dos alunos, sem os quais nossos ideais não teriam sentido.

Hoje de manhã li, na internet, uma entrevista com o educador mineiro Tião Rocha (mentor do CPCD – Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, ganhador do prêmio Empreendedor Social 2007), na qual ele afirma ter um sonho: “escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados”.
Nós ainda não chegamos a esse estágio, mas certamente os alunos que participaram de nossas oficinas não ficam muito longe disso. Afinal, dispuseram-se a freqüentar aulas (de Português – Criação Literária – Matemática - Francês) fora de seu horário normal de atividades escolares. Isso mostra que são especiais, assim como são especiais os voluntários que conduziram essas atividades. Infelizmente são poucos os que se dispõem a usar uma parte do seu tempo para realizar atividades de forma gratuita, solidária. Gratuita para aqueles que estão recebendo sua colaboração, pois para eles representa um tempo em que poderiam estar desenvolvendo uma atividade remunerada, ou mesmo uma atividade de lazer. Isso sem falar que esses voluntários dispendem valores, por exemplo, para seu deslocamento (algumas vezes até de táxi, para chegar no horário combinado...). Ou algumas vezes têm que superar outros problemas pessoais, como por exemplo, de saúde, ou de tempo. Mas sempre exercendo as tarefas a que se propuseram com um sorriso, com satisfação de verem o interesse dos alunos naquele conteúdo.
Um dos objetivos de nossa associação é fomentar essa cultura de solidariedade, especialmente através do exemplo de pessoas abnegadas que se dispõem a transmitir um pouco do que aprenderam na vida para aqueles que estão iniciando – de certa forma – sua caminhada. Para aqueles que não se contentam apenas com o mínimo que as escolas atualmente conseguem transmitir.
Este é o nosso público-alvo: pessoas que tenham o gosto pelo estudo. Pessoas que não desanimem frente ao primeiro obstáculo. Pessoas que queiram continuamente melhorar seus conhecimentos, seja como alunos, seja como orientadores (para mim, uma das melhores maneiras de se aprender é tendo que ensinar).
Este é o legado que recebemos, e o legado que queremos transmitir. O gosto permanente pelo estudo. O voluntariado. Fica aqui nosso convite a todos – exerçam o voluntariado. Todos nós podemos, cada um à sua maneira e com suas condições particulares. Nada impede que, por exemplo, o aluno de hoje seja o orientador de uma oficina amanhã, seja o “padrinho” de um colega com mais dificuldade em uma ou outra disciplina.
Isso nos remete a um trecho de um artigo de Stephen Kanitz publicado na Veja de 24/11/2004: “A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos (...) recomendam `fazer o que se gosta`(...). A saída é (...) aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do que se pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito (...). Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz.”
Temos certeza de que todos, repito, TODOS (alunos, professores, colaboradores), os que compartilham esse nosso projeto gostam do que fazem. E isso tem um enorme significado para todos os demais, principalmente para nós, da diretoria da Associação. Ainda segundo Kanitz (em outro artigo, esse mais antigo, de 20/06/2001), 'não o significado gerado por um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser, onde todos querem mostrar-se ou dominar os outros em busca do poder. O significado de permitir que as pessoas sejam aceitas pelo que realmente são'. Pessoas que têm o que chamamos de 'gosto pelo estudo'.
Muito obrigado pela presença e pela participação de todos."